Conversar com a criança sobre morte é um assunto incômodo
para muitos pais. Os adultos fazem tanto mistério para falar sobre algo que
naturalmente faz parte de nossas vidas! Esta dificuldade acontece pelo próprio
temor em dizer sobre algo que não apreciamos e que diariamente não é pauta das
conversas, além de mobilizar sentimentos difíceis de lidar. Esta é uma tarefa
que pode ser natural a partir do ponto de vista e da forma de abordagem do
adulto!
Os adultos tem dificuldade de falar sobre o que sentem expressar
então... é uma tarefa que requer muuuuito. Como explicar racionalmente para uma
criança algo que emocionalmente mexe tanto com as emoções? Expressar que
estamos bem para que a criança não se sinta insegura frente à perda é uma atividade
que geralmente requer certo esforço, principalmente quando o coração está em
frangalhos.
As crianças são espontâneas e claras quando abordam os
sentimentos, falam o pensam e o que sentem; diferente dos adultos que priorizam
a razão. A curiosidade da criança sobre os assuntos a leva a questionamentos
que deixam os adultos corados e sem palavras! A morte é um desses! Elas
perguntam, questionam, buscam saber cada vez mais sobre tudo! Nós adultos que
tememos a reação baseando em nossa reação e sofrimento. A criança também fica
de luto, sente, sofre como o adulto; porém sua interpretação está diretamente
ligada à forma como a notícia e os fatos são conduzidos. Ela também sofre com as
perdas e com a saudade, por isto não é legal deixar a criança sem saber o que
realmente esta acontecendo. A ideia de poupar a criança é um argumento que
beneficia só aos adultos que não querem falar sobre isto. É claro que não
precisamos detalhar os fatos mórbidos, mas a criança deve estar a par do que
está acontecendo. O bacana seria falar com a criança abertamente e claramente
para não deixa-la com percepções contrárias sobre a finitude, a
irreversibilidade e os sentimentos, para não dificultar suas interpretações
futuras. Usar metáforas é um erro porque a criança entende tudo ao pé da letra,
dependendo de sua elaboração ela poderá não fazer boas interpretações, ficando
mais confusa.
No consultório utilizo dois livrinhos bem bacaninhas para
conversar com a criança sobre as perdas, sejam por morte ou qualquer outro
tipo, quem quiser pode ter em casa um exemplar para estes momentos. Já consegui
na internet acesso para alguns deles!! O legal destes livros é que a criança
desenha e projeta seus sentimentos, ficando mais fácil para os adultos à
abordagem e a explicação clara, sem termos antigos e de duplo sentido. São
eles:
·
Quando alguém muito especial morre – Marge
Heegaard – Artmed
·
Conversando sobre a morte – Carla Luciano Codani
Hisatugo – Casa do Psicólogo
Psicóloga Tatiana Del Caro
Gostei muito deste http://www.americanas.com.br/produto/172566/livro-pingo-de-luz-1
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