domingo, 15 de junho de 2014

Conversando sobre a morte com as crianças


Conversar com a criança sobre morte é um assunto incômodo para muitos pais. Os adultos fazem tanto mistério para falar sobre algo que naturalmente faz parte de nossas vidas! Esta dificuldade acontece pelo próprio temor em dizer sobre algo que não apreciamos e que diariamente não é pauta das conversas, além de mobilizar sentimentos difíceis de lidar. Esta é uma tarefa que pode ser natural a partir do ponto de vista e da forma de abordagem do adulto!

Os adultos tem dificuldade de falar sobre o que sentem expressar então... é uma tarefa que requer muuuuito. Como explicar racionalmente para uma criança algo que emocionalmente mexe tanto com as emoções? Expressar que estamos bem para que a criança não se sinta insegura frente à perda é uma atividade que geralmente requer certo esforço, principalmente quando o coração está em frangalhos.

As crianças são espontâneas e claras quando abordam os sentimentos, falam o pensam e o que sentem; diferente dos adultos que priorizam a razão. A curiosidade da criança sobre os assuntos a leva a questionamentos que deixam os adultos corados e sem palavras! A morte é um desses! Elas perguntam, questionam, buscam saber cada vez mais sobre tudo! Nós adultos que tememos a reação baseando em nossa reação e sofrimento. A criança também fica de luto, sente, sofre como o adulto; porém sua interpretação está diretamente ligada à forma como a notícia e os fatos são conduzidos. Ela também sofre com as perdas e com a saudade, por isto não é legal deixar a criança sem saber o que realmente esta acontecendo. A ideia de poupar a criança é um argumento que beneficia só aos adultos que não querem falar sobre isto. É claro que não precisamos detalhar os fatos mórbidos, mas a criança deve estar a par do que está acontecendo. O bacana seria falar com a criança abertamente e claramente para não deixa-la com percepções contrárias sobre a finitude, a irreversibilidade e os sentimentos, para não dificultar suas interpretações futuras. Usar metáforas é um erro porque a criança entende tudo ao pé da letra, dependendo de sua elaboração ela poderá não fazer boas interpretações, ficando mais confusa.

No consultório utilizo dois livrinhos bem bacaninhas para conversar com a criança sobre as perdas, sejam por morte ou qualquer outro tipo, quem quiser pode ter em casa um exemplar para estes momentos. Já consegui na internet acesso para alguns deles!! O legal destes livros é que a criança desenha e projeta seus sentimentos, ficando mais fácil para os adultos à abordagem e a explicação clara, sem termos antigos e de duplo sentido. São eles:


·         Quando alguém muito especial morre – Marge Heegaard – Artmed

·         Conversando sobre a morte – Carla Luciano Codani Hisatugo – Casa do Psicólogo


Psicóloga Tatiana Del Caro

Um comentário:

  1. Gostei muito deste http://www.americanas.com.br/produto/172566/livro-pingo-de-luz-1

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