Peppa é um sucesso por aqui! Luiza que ainda fala pouco, aponta para a TV e,nitidamente, pede "Peppa" e ainda faz um "oinc" engraçadíssimo e inimitável!
Helena, apenas com 6 meses, se esbalda em gargalhadas quando a família da Peppa cai para sorrir.
E, para completar, eu adoro sentar com as duas em frente a TV e assistir àqueles repetitivos episódios.
Mas o que a Peppa tem de tão surpreendente?
O desenho é muito singelo, sem grandes efeitos, de traços simples, e retrata o cotidiano de uma família de porquinhos, sob a ótica dos filhos, Peppa e George.
O papai se chama Papai Pig, a mamãe, Mamãe Pig, a vovó e o vovô, da mesma forma, Vovó e Vovô Pig. Só a Peppa, o George e seus amiguinhos têm nomes.
No desenho da Peppa, sua família está sempre junta! Eles se divertem cozinhando juntos, saindo para um piquenique, procurando o brinquedo perdido do George, cortando a grama do jardim, aprendendo a andar de bicicleta, organizando uma festa surpresa para a mamãe, tentando montar um armário novo para guardar os brinquedos, visitando amiguinhos que vivem num lugar diferente... Não há espaço para aventuras mirabolantes neste desenho.
A Peppa e o George dormem no mesmo quarto e, quando o papai e a mamãe resolvem sair juntos sozinhos (porque eles também não descuidam do casamento), os pequenos ficam sob os cuidados da vovó e do vovô, sempre muito divertidos. E, alias, como bons avós, vô e vó Pig acabam caindo na farra e, ao final, dormindo junto com seus netos de....puro cansaço!
Eles também têm oportunidade de viver os seus conflitos, suas dúvidas, seus medos, mas é sempre na família que encontram o suporte para transpor todas as barreiras.
Acho que as crianças gostam tanto da Peppa porque a Peppa tem a vida que elas, mesmo sem saber, gostariam de ter: uma vida simples, que celebra as pequenas preciosidades do cotidiano, que valoriza a família e as amizades, e que não perde tempo com o que não é essencial para a infância.
A pergunta é: nos tempos atuais, ainda dá para possibitarmos nossos filhos a ter a vida dos irmãozinhos Pig? O inglês pode esperar? E o vôlei? E as aulas de música? E a natação?
Enfim, é importante que sejamos realistas. Precisamos permitir à nossas crianças que vivam a sua infância, de um modo saudável. Mas é necessário, também, que elas sejam preparadas para esse mundo cruel, nada parecido com o da Peppa.
Aqui, a Luiza começará as aulas na segunda-feira, 31, com 1 ano e 7 meses. Se me perguntarem se estou feliz responderei "na lata" que não. Entretanto a mamãe coruja aqui já se concientizou que suas corujinhas precisarão criar asinhas e dar seus vôos sozinhas...mesmo que apenas razantes, sempre monitorados pelos olhos atentos da mamãe!
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