Olá mamães,
Certa vez assistindo um
programa antigo que passava no GNT, fiquei intrigada com um episódio que
mostrava uma mãe se acabando de medo porque a filha ia para seu primeiro dia de
aula, e imaginava todo o sofrimento da pequenina pela ausência dos pais... quanto
engano! Ao ver a filha entrar para a sala de aula com outros coleguinhas bem
serelepe, ficou de queixo caído e se perguntando internamente: será que ela não
me ama? Não sou importante para ela?
Pois é desta forma que
hoje em dia os pais conduzem seus filhos, imaginando que não serão nada se
estiverem longe deles! As crianças nos mostram que sua independência vem muito
cedo e que precisam de ajuda sim, não para fazer tudo para eles, mas para
deixa-los fazer. Criança é criança e gosta de se lançar no desconhecido, mas
muitos pais temem (naturalmente) pela segurança, cuidados e proteção a elas; só
que, atualmente a dose de cuidados e proteção extrapola o natural e permite que
a bolha de cuidados se estenda para a impossibilidade de tudo. É comum vermos
crianças que nunca, isto mesmo, nunca colocou os pés na grama, na terra, no
barro... Crianças indefesas pelo excesso de defesas dos pais!
A psicanálise nos
ensina que os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento,
incidindo neles a formação de nossa personalidade. A insegurança é uma
característica natural dos pequeninos, e ocorre ao longo dos anos de
aprendizado. O medo é protetivo e importante para seu desenvolvimento, mas é
preciso se lançar para conhecer o novo. Sem esta possibilidade, as crianças
conhecem o mundo somente pelo olhar e atitudes dos pais, sem a oportunidade de
satisfazer seus interesses. Além do mais, a criança que não questiona que não interage
com sua criatividade fica limitada a um conhecimento pré-concebido e pouco
vivenciado. Estas situações contribuem para o aumento de crianças inseguras,
ansiosas e antissociais.
Outra questão é a
dificuldade dos pais em se posicionarem contra o desejo imperativo dos filhos.
Infelizmente retroagimos e estamos na fase do tudo pode. Ficam com receio de
“traumatizá-los” e a permissividade dos atos acumula um poder inconsequente nas
mãos dos pequeninos, que não tem maturidade para lidar com tamanha satisfação.
A possibilidade de “traumas” impede que os pais assumam a autoridade e a
postura característica das funções paternas e maternas, impossibilitando que o
desenvolvimento seja exercido de forma satisfatória. A noção de trauma, que
deveria ser aplicada a acontecimentos muito dramáticos, foi incorporada ao senso
comum e esta deixando muitos pais desautorizados de seus papéis. Pais enfraquecidos desenvolvem uma forte
dependência em relação aos filhos e dificultam para que os pequeninos se
espelhem satisfatoriamente.
A dependência emocional cria raízes e seu cerne
esta na desorganização de funções!
É um ciclo que perpetua
pelos anos e pelos descendentes. Filhos dependentes serão pais dependentes dos
filhos... e assim caminha a humanidade (infelizmente)!!
Tatiana Del Caro
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